Com a COVID-19 a ditar o confinamento repentino das pessoas por todo o mundo, as empresas tiveram que se adaptar a esta nova realidade quase da noite para o dia.
Para empresas que já operavam remotamente ou que já tinham iniciado a sua transformação digital, a transição foi perfeita. Contudo, para as empresas que dependiam mais do canal de vendas físico, tratou-se de um desafio.
Aqui tem 7 exemplos de empresas de vários setores que acreditamos que estão a fazer uma transformação digital interessante:
1. Espaço Casa
Espaço Casa é uma empresa portuguesa de comercialização de utilidades e artigos para o lar. Criada em 2006, conta com 54 lojas em território nacional, 29 em Espanha e 8 em Angola.
Com a sua atividade totalmente apoiada na venda presencial, a marca sentiu o impacto imediato do surgimento da Covid-19 com o encerramento das lojas físicas.
A solução passou por uma rápida resposta através da adaptação do seu negócio ao digital.
A empresa lançou a sua loja online em Abril de 2020 para chegar a casa de todos os clientes e continuar a vender sem a necessidade de deslocação à loja física.
A venda de quase 12 mil artigos através da loja online até ao final de Maio exemplifica o sucesso desta transição para o e-commerce.
Precisamente pelo potencial de crescimento do negócio online que a marca verificou, sobretudo através da captação de novas tipologias de clientes, a empresa garante que irá continuar a apostar no e-commerce depois da pandemia.
2. FNAC
Desengane-se se pensa que uma empresa como a FNAC não foi afetada pela pandemia.
A verdade é que embora já operasse no mercado online, com o encerramento das lojas físicas a marca francesa de venda de produtos culturais e tecnológicos verificou um aumento de 400% das vendas online.
Este aumento exponencial do volume do negócio online levou a empresa a rever a sua estratégia e a efetuar os devidos reajustes à sua operação para poder responder às necessidades dos clientes no contexto de pandemia.
A empresa optou por alocar os colaboradores das lojas, enquanto fechadas, para os armazéns e colocar os seus experts a apoiar o website e conteúdos no digital.
Com a reabertura das lojas físicas ao público e o regresso ao que podemos considerar a “normalidade”, a empresa continua a registar um crescimento, embora moderado, dos canais digitais.
Assim, a FNAC mantém-se atenta à evolução do negócio online e continua a adequar a gestão de recursos para optimizar a sua plataforma de e-commerce.
3. Arcádia
Tal como praticamente todas as empresas de retalho, a pandemia afetou o negócio da Arcádia.
A estratégia da empresa estava focada na abertura de espaços físicos com cafetaria e com os confinamentos obrigatórios, esses espaços foram encerrados impedindo a obtenção de retorno sobre esse investimento.
Em resposta aos desafios da pandemia, a emblemática marca de chocolate portuense acabou por lançar em 2020 uma loja online renovada, alicerçada na nova estratégia digital da empresa.
A Covid-19 acelerou o projeto de nova identidade digital que a empresa já estava a desenvolver e que visava, principalmente, melhorar a experiência de compra dos clientes.
A marca trabalhou no sentido de replicar na sua loja online a qualidade do serviço a que os clientes estão habituados nas lojas físicas. Um novo packaging foi também desenvolvido para melhorar a experiência de entrega dos produtos em casa dos clientes.
A aposta da empresa no digital e nos canais delivery tem sido muito positiva. No ano de lançamento do seu novo e-commerce, a Arcádia quadruplicou o valor de vendas online face ao ano anterior.
Em 2019, antes da pandemia, as vendas online não chegavam a 1% do global da empresa; no ano de 2020, passaram a representar cerca de 5%; e em 2021 chegaram a 10% das vendas globais da empresa.
A Arcádia acredita que os clientes online não vão desaparecer depois da pandemia, pois foi-lhes disponibilizada uma nova forma, segura e confortável, de consumir com qualidade os seus produtos.
4. Sapatarias Luis Onofre
A marca de calçado de luxo do designer Luis Onofre também viu o negócio afetado pelo encerramento das suas lojas físicas. A empresa passou então a centrar todos os esforços no canal de vendas digital.
Para além da otimização geral do serviço de venda online, a marca de calçado apostou na inovação oferecendo, por exemplo, sugestões de produtos personalizadas e entregas sem custos adicionais em compras a partir de um certo valor.
A estratégia digital da empresa assentou também na reformulação da comunicação com os clientes, tirando partido da utilização de ferramentas de marketing direto como email marketing e das redes sociais.
Estas estratégias ajudam não só no posicionamento da marca, mas também permitem segmentação mais eficaz dos clientes apoiando assim a dinamização das vendas online.
A marca revela que já verificava um crescimento das vendas online prévio à pandemia, contudo entre janeiro de 2020 e 2021, o volume total de vendas online aumentou cerca de 150%.
Para o designer, este aumento não é apenas reflexo do condicionamento causado pelos confinamentos, mas fruto também da expansão do seu negócio na esfera digital que alcançou mais notoriedade e proximidade junto dos consumidores.
5. Century 21
Ao contrário do que se previa, o mercado imobiliário foi, de uma maneira geral, um dos mais resilientes face à pandemia. Contrariando as perspectivas pouco otimistas relativas ao setor da mediação imobiliária, existiu uma adaptação positiva às restrições pandémicas e a Century 21 Portugal é um exemplo disso mesmo.
A empresa de mediação imobiliária apostou na formação online para preparar os colaboradores para o novo modelo de trabalho e no desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas para acrescentar valor à experiência dos consumidores e garantir a sua segurança.
A Century 21 apoiou-se na inovação tecnológica para transformar os processos tradicionais do seu modelo de negócio, aumentando a proximidade e a eficiência dos consultores imobiliários.
A empresa passou a realizar as transações imobiliárias de forma totalmente digital e reformulou a estratégia de comunicação, apostando na criação de conteúdos relevantes para os consumidores, no contexto de pandemia.
6. Adega Mayor
Perante a pandemia e a quebra de receitas das vendas nos canais físicos, também os produtores de vinhos portugueses procuraram apostar em novas abordagens ao negócio, abraçando a transformação digital para continuar a chegar aos consumidores.
A Adega Mayor, negócio de vinhos do grupo Nabeiro, apostou na intensificação do uso das ferramentas digitais para fins colaborativos e de comunicação com os stakeholders, assim como na alavancagem do e-commerce para aumentar as vendas.
Em 2020, a marca de vinhos de Campo Maior alargou os serviços de venda online e entrega às ilhas da Madeira e Açores, apostando ainda em ofertas de personalização.
7. Farmácias Portuguesas e L´Oréal Portugal
Em Maio de 2020, a L’Oréal Portugal e o Programa Farmácias Portuguesas (Associação Nacional das Farmácias) lançaram uma nova plataforma de e-commerce: belezaesaude.pt.
A parceria tem como objetivo reforçar o papel das farmácias enquanto opção de referência para a aquisição de produtos de saúde e beleza, mas na esfera digital, reiterando o papel central do farmacêutico no aconselhamento técnico destes produtos.
A plataforma online oferece ao público o acesso a produtos de marcas de dermocosmética de referência, a preços atrativos e com entregas ao domicílio em menos de 72 horas.
O projeto tem como ambição a revitalização da economia e o combate ao desemprego, promovendo a compra de produtos com o selo “Portugal Sou Eu”.
Tratando-se de um projeto evolutivo, esta plataforma de e-commerce veio fomentar a aproximação digital entre farmacêuticos e utentes.